segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Estou Cansado ( por Álvaro de Campos )

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

INVARIAVELMENTE

... invariavelmente termina o fim-de-semana e apodera-se de mim o receio de mais uma semana. A rotina diária regressa, os fantasmas e as incertezas acompanham-me. Que faço eu aqui? Interrogo-me como é possível a vida pregar-me tantas rasteiras? Qual o sentido de tudo isto? Valerá a pena remar contra a maré? ...

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

La même chose

... é sempre a mesma coisa! Pessoalmente ou virtualmente, nunca aparece ninguém quando é preciso ...

sábado, fevereiro 19, 2011

DESAFABOS

Não tenho espaço para mais ninguém na minha vida!
Não tenho mais sentidos, nem sentimentos!
Não tenho mais forças!
Não tenho mais paciência!
Apenas retenho vagas lembranças, as quais pretendo esquecer!
Porquê? Perguntam-me!
Não consigo encontrar palavras para responder!
Algo demasiado profundo, para poder ser explicado!
Algo que apenas se compreende, caso se passe por isso!
Algo que não desejo a ninguem!
O comportamento humano não pára de me surpreender pela negativa!