quinta-feira, setembro 23, 2010

DA SEDUÇÃO E DAS SEDUTORAS

A sedução é um dom: como o da poesia. Também tem muito a ver com a música. A pintura e a própria escultura, vêm depois.

A deusa da sedução, não é só Afrodite. Todas as demais dão a sua ajuda.

Cores predilectas da sedução: as do arco-iris.

A sedução continua sendo, mesmo em épocas democráticas, a única monarquia por direito divino.

Hierarquia dos quatro elementos do reino da sedução: a Terra, o Ar, o Fogo e a Água.

A sedução está para a rendição como a flor para o fruto. (Quando flor sem fruto!)

A sedução escreve a torto por linhas direitas.

A verdadeira sedutora sabe, por instinto, que o verbo «seduzir» não é forçosamente transitivo.

Não olha a meios a sedução: mesmo para alcançar nenhuns fins.

São insondáveis os desígnios da sedução. Outrora passava-se com galgos brancos pela trela. Hoje, basta-lhe sentir-se guiada por um tigre invisível.

Não é a tempo inteiro que se escreve a sedução. Nem em part-time. Vá lá saber-se como, quando e onde... (?)

A sedução não é uma "carreira". As "carreiristas" nunca são sedutoras.

O cogito da verdadeira sedutora: «seduzo, logo: existo».
O da falsa: «seduzo, logo: exijo».

Nem toda a que seduz é de oiro.

Há as que se crêem sedutoras, mas não passam de sedutrizes.

Só depois dos trinta e tal anos é que a sedutora atinge a sua plenitude. Antes, não confundir com metediça, atrevidota, descaradinha ou efervescente.

Sedentas, as sedutoras? Muitos mais as não sedutoras, as não seduzidas!

Sublime e gloriosa é a sedução quando alcança todo o seu esplendor num céu carregado de nuvens.

A sedução, ao contrário da natureza, procede ás vezes por súbitos saltos.

Não há sedução perfeita sem uma imponderável dose inocente de ferocidade.

A sedução depende muito mais do modo de olhar, que da forma ou a cor dos olhos; muito mais do ritmo dos gestos que do tamanho das unhas.

A voz da sedução oscila entre roucas inflexões de Outono e claros timbres de Primavera.

Uma sedutora nunca mente: omite ou imagina. E com firmeza e ânimo necessária para jamais admitir que omitiu ou imaginou.

Nos pulsos, nos joelhos, nos tornozelos, instalam-se, por vezes, as mais secretas sedes de sedução. Daí irradiam para outras zonas.

Impossível conceber a sedutora, sem um longo pescoço flexível, de sedutora.

Das improvisões da sedução é que é preciso ter medo: não de quando ela declama um papel já decorado. Quando submetida a exame, a sedutora, se genuína, mostra-se mais à vontade nas provas orais que nas provas escritas.

A sedução não se coaduna, em geral, com qualquer tipo de formação científica.

Não é indispensável que a sedutora tenha ideias muito precisas em matéria política.

Sedução é arte abstracta, sedução e música electrónica só em raros casos conseguem coabitar.

As sedutoras que se ignoram são quase sempre as mais temíveis.

Toda a força da sedutora reside nos seus pontos aparentemente fracos.

Só em momento adiantado da sedução será permitido à sedutora confessar o que prefere... Drambuie a champanhe francês.

As qualidades tácteis da sedutora apenas deverão afirmar-se depois de convenientemente postos á prova os seus outros quatro sentidos. O sexto, por sua vez, só indirectamente tem a ver com todos e cada um destes.

A sedução é uma planta carnívora. E não há memória de sedutoras vegetarianas.

A sedutora pode tornar-se perigosa quando se deixar seduzir.

Nem sempre a sedutora perdoa a quem pir ela foi seduzido.

Vendo bem, as sedutoras pertencem todas a uma só e grande família. Com problemas de família, óbviamente. Como em geral acontece nas grandes famílias que se prezam.

Timidez e audácia, em saborosas e em concientes proporções, podem fazer da sedução uma inexcedível obra-prima.

Na água se grava a assinatura da sedutora. E no vento se esculpe o seu brazão.
DAVID MOURÃO FERREIRA

REALIDADE NUA E CRUA

"A mulher mais honesta não resiste à tentação de parecer sedutora e,
sem pensar em dar uma esperança, não desgosta de deixar um espinho."
(Émile de Girardin)

sexta-feira, setembro 17, 2010

SON DE AMORES



Perdona si pregunto por como te encuentras
Pero me han comentado que te han visto sola
Llorando por las calles en altas horas
Ay como las locas, locas, locas...
Comentan que tu niño a ti te ha dejado
Que no existe consuelo para tanto llanto
Que sólo una amiga está a tu lado
No llores más mi niña, niña, niña

Son de amores, amores que matan
Amores que ríen, amores que lloran, amores que amargan
Son de amores, amores que engañan
Amores que agobian, amores que juegan, amores que faltan
Deja de llorar y piensa que algún día un niño te dará
Toda una fantasía, eso y mucho más
Porque tu no estas loca, loca, loca
Deja de llorar y sécate esas lagrimillas de cristal
Que el tiempo volverá seguro a rescatar
Toda esa fantasía, fantasía

Comentan que ya no te pones esa ropa
Que te favorecía y te hacía tan mona
Y que esas ilusiones que tenías antes
Se las tragó la luna, luna, luna
Tu crees que eres la sombra de tu propia sombra
Tu crees que eres la lluvia que chispea y agobia
Piensa que tu vales más que esta historia
Y no te veas sola, sola, sola

Y en tu corazón no hay calor ni frío
Es como un dolor o un escalofrío
Y hasta tu propia alma crees que es tu enemigo
Y eso que vive contigo...

Son de amores, amores que engañan
Amores que ríen, amores que lloran, amores que amargan
Amores que agobian, amores que juegan, amores que faltan
Deja de llorar y piensa que algún día un niño te dará
Toda una fantasía, eso y mucho más
Porque tu no estas loca, loca, loca
Deja de llorar y sécate esas lagrimillas de cristal
Que el tiempo volverá seguro a rescatar
Toda esa fantasía, fantasía...